Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias (LaNCE) da UFRJ, coordenado pelo Dr. Stevens Rehen.
Antes de mais nada, gostaria de deixar claro que em nosso laboratório não realizamos testes clínicos.
Trabalhamos com pesquisa básica e testes em animais, não em humanos. Nosso único contato com os pacientes é através do site, onde fazemos um serviço de informação sobre o que está acontecendo no Brasil e no mundo, mas os ensaios clínicos não são do nosso laboratório.
Os testes com as células-tronco embrionárias para lesão medular já se iniciaram nos EUA e o primeiro paciente recebeu as células em outubro de 2010.
Poderá ver um breve comentário sobre isso em nosso site (http://www.lance-ufrj.org/textos.html).
Os pacientes atendidos serão todos com lesões bem recentes (com no máximo 14 dias) e entre T3 e T10.
Os testes realizados em animais demonstram que, nestes casos, a garantia de melhora é maior.
A responsável é uma empresa particular chamada Geron (http://www.geron.com/) e uma série de hospitais nos EUA estarão atuando nesse processo. Até o momento, apenas um paciente recebeu as células, segundo as informações divulgadas.
Nesse primeiro momento, os testes são para avaliar a segurança do procedimento.
Portanto, assim que isto for verificado, a Geron pretende estender o estudo para pacientes com lesões
cervicais e incompletas, mas não mencionam o tempo de lesão; acredito que seja o mesmo. Somente com o
sucesso destes primeiros testes, é que outros surgirão e casos como o seu (lesões antigas) poderão ser atendidos.
A grande maioria dos estudos atuais são voltados para lesões agudas. Embora isso possa parecer cruel,
tem sua razão de ser. Os tratamentos em teste na atualidade ainda possuem limitações e casos de traumas
recentes são mais fáceis de obter melhora clínica. Isso não quer dizer que pacientes com traumas antigos não
possam vir a ser tratados também. As pesquisas avançam a cada dia de forma a atender mais e mais casos.
Se forem obtidos bons resultados com as lesões agudas, o próximo passo, certamente, será tratar lesões crônicas, mas alguns obstáculos ainda precisam ser vencidos. É preciso, antes, que os pesquisadores descubram como obter os mesmos resultados em casos crônicos.
Quando a primeira linhagem de células-tronco embrionárias foi obtida em 1998, acreditava-se que
levaríamos décadas para começar o primeiro teste clínico, o que aconteceu, de fato, muito antes do esperado.
Embora para os pacientes possa parecer tudo muito lento, as pesquisas têm avançado a uma velocidade enorme.
Mesmo para os pacientes com lesões agudas, não se pensa em cura no momento, mas em uma melhora na qualidade de vida (ex.: poder firmar-se sobre as pernas ou, pelo menos, ter controle sobre a bexiga).
Os reais benefícios ainda são incertos e somente o tempo dirá. Se houver cura, será ótimo, mas não estão criando este tipo de expectativa, já que os estudos são ainda muito recentes.
Existem alguns estudos para lesões crônicas em andamento, mas que utilizam células-tronco adultas.
Um deles acontece na Bahia. Veja no link:
O contato do Professor responsável pela pesquisa é:
Ricardo R. dos Santos, telefone (71) 3281-6455, e-mail: ricardoribeiro@cbtc-hsr.org
Um outro estudo, que infelizmente não ocorre no Brasil, tem uma estratégia parecida.
Também usa o transplante de células da medula óssea na tentativa de recuperar lesões medulares.
Esse teste é desenvolvido em Louisiana, Estados Unidos. Segue o link:
Um novo teste foi recentemente aprovado para lesões crônicas, usando células-tronco neurais.
Os estudos serão de fase I e II, ou seja, para avaliar a segurança e eficácia preliminar em
pacientes com graus variados de paralisia que têm entre três e 12 meses pós-lesão no momento do transplante.
O grupo responsável pelo teste é da Suíça. Segue o link:
É muito importante estar atento aos critérios de inclusão nesses testes clínicos. O tempo e altura da lesão,
idade e algumas condições físicas e de saúde podem ser determinantes para incluir ou excluir o paciente do teste, e cada teste tem critérios próprios.
De qualquer forma, recomendo a você que visite periodicamente o site www.clinicaltrials.gov.
Lá irá encontrar todos os estudos clínicos realizados no mundo para as mais variadas doenças,
quais métodos utilizam, se estão ou não recrutando pacientes e quais os critérios de aceitação.
Poderá manter-se informado acerca dos novos tratamentos que forem surgindo. Como irá perceber,
o conteúdo é todo em inglês. No site, você poderá ver os locais onde são realizados os testes.
A maioria tem sede no exterior, mas alguns possuem convênios com instituições brasileiras.
É necessário olhar caso a caso e verificar quais possuem convênio com instituições nacionais.
Outro site que pode visitar é o http://www.closerlookatstemcells.org/. Da mesma forma que o primeiro,
o conteúdo também é em inglês, mas é um site onde você poderá se informar acerca das células-tronco.
Além disso, no site da Rede Nacional de Terapia Celular (http://www.rntc.org.br/), poderá baixar
o Manual do Paciente sobre Terapias com Células-Tronco. É muito importante que esteja atento ao que é indicado lá.
Se quiser, também pode nos acompanhar no Twitter: @LaNCE_UFRJ ou o Twitter da Rede Nacional
de Terapia Celular (@celtroncoRNTC). Os dois perfis são atualizados periodicamente com informações e
novidades na área de células-tronco.