terça-feira, 26 de outubro de 2010

Céluas Tronco

Paciente dos EUA é o primeiro a ser tratado com células de embriões
DA REUTERS


Médicos começaram a tratar o primeiro paciente nos Estados Unidos a receber células-tronco embrionárias, mas os detalhes sobre o teste clínico inovador estão sendo mantidos em sigilo, disse nesta segunda-feira a companhia de biotecnologia Geron Corp.

A Geron possui a primeira licença da Administração de Alimentos e Drogas dos EUA para o uso das células controversas no tratamento de pacientes com lesões recentes na medula espinhal.

"O paciente foi cadastrado no Shepherd Center, hospital com 132 leitos e centro de pesquisas clínicas sobre reabilitação de lesões cerebrais e da medula espinhal, situado em Atlanta, Geórgia", disse a Geron em comunicado à imprensa.

"O Shepherd Center é um dos sete centros potenciais nos EUA que poderão cadastrar pacientes no teste clínico." A Universidade Northwestern, em Chicago, também está pronta para cadastrar pacientes.

As células-tronco usadas pela Geron vêm de embriões humanos excedentes de tratamentos de fertilidade. Foram manipuladas para se tornarem precursoras de determinados tipos de células nervosas.
A esperança é que as células-tronco se desloquem até o local de uma lesão medular recente e liberem compostos que ajudem os nervos lesionados da medula a se regenerarem.

O teste de fase 1 não terá por objetivo curar pacientes, mas determinar se as células são seguras para uso. Pelas diretrizes definidas para o teste, os pacientes devem apresentar lesões muito recentes.

A Geron disse que o Shepherd Center vai manter em sigilo as informações sobre o pacientes.

"Quando começamos a trabalhar com células-tronco embriônicas humanas, em 1999, muitos previram que várias décadas se passariam antes de a terapia celular ser aprovada para testes clínicos com humanos", disse em comunicado o presidente e executivo-chefe da Geron, Thomas Okarma.

Como a Geron fez todo seu trabalho com verbas próprias, ela não é sujeita às limitações impostas ao financiamento federal de pesquisas com células-tronco embriônicas humanas.

O governo dos EUA está atualmente envolvido em uma disputa legal em torno das células-tronco. Semanas depois de tomar posse, em 2009, o presidente Barack Obama emitiu uma ordem executiva reduzindo as restrições ao financiamento federal das pesquisas com células-tronco embriônicas humanas.

Os adversários do uso das células-tronco dizem que é errado utilizar um embrião humano para produzir as células, e dois pesquisadores processaram os Institutos Nacionais de Saúde. Uma corte federal de apelações decidiu continuar a autorizar o financiamento federal dos estudos até que a ação seja julgada.

sábado, 9 de outubro de 2010

FISIO ACTION: Pioneirismo na Recuperação da Lesão Medular

A FISIO ACTION é uma clínica de fisioterapia localizada em São Paulo, com ótima infraestrutura e tratamentos personalizados.Uma de suas especialidades é o programa específico para recuperação da lesão medular (LM). Este programa é dirigido pelo fisioterapeuta Enio Kanayama, 38 anos, formado há 17 anos pela USP, com especializações no Brasil e no exterior, onde há 12 anos vem recuperando a LM, fazendo vários para e tetraplégicos serem independentes, e até voltarem a andar.
O começo deste trabalho foi em 1997, quando um amigo sofreu um acidente, ficando tetraplégico. Alguns meses depois, ele deu início a um tratamento baseado no método cubano, no qual são realizados exercícios vigorosos, em pé, e que acreditava na recuperação das lesões. Kanayama começou a aplicar em outros pacientes o que havia aprendido ao cuidar do amigo e em 2005 iniciou um tratamento com um cliente tetraplégico. Com 1 ano ele já estava no andador e mais seis meses foi para as muletas canadenses.
Buscando sempre novas técnicas, em março deste ano Kanayama foi aos Estados Unidos, no centro para recuperação da lesão medular chamado Project Walk, e realizou treinamento com os criadores do método Dardzinski, sendo o primeiro latino americano certificado por eles. Kanayama pôde aprender a técnica com detalhes, com manobras que proporcionam muita contração muscular e controle de espasmos.
Fez provas escrita, oral e prática e foi aprovado em todas. Descobriu que os criadores faziam um trabalho parecido com o método cubano, porém mais organizado, dividido em 5 fases.
Pessoas de todo o Brasil vêm para se tratar na Fisio Action, usufruindo da experiência do Dr. Kanayama, mais o método cubano e Dardzinski, experimentando o que há de mais eficiente no mundo em termos de
recuperação da LM. Meus pacientes têm ficado muito satisfeitos em saber que conseguem realizar vários exercícios de forma intensiva, e notam melhoras significativas.

Tecnologia permite que cadeirantes fiquem em pé

Esqueleto externo capta movimentos do corpo da pessoa através de sensores e permite movimentação das pernas mecânicas

Sexta-feira, 08 de outubro de 2010 às 12h20


Uma novidade tecnológica foi desenvolvida pela Berkeley Bionics para permitir mobilidade diferente a cadeirantes. Trata-se de um exoesqueleto que capta movimentos humanos e possibilita que o indivíduo fique de pé e se locomova sem a necessidade de outra pessoa.
O eLEGS, como é chamado, é movido à bateria e utiliza sensores para captar a movimentação do corpo. Pode ser utilizado por pessoas entre 1.60m e 1.95m, com peso médio de 99kg.
Inicialmente, o dispositivo será utilizado em centros de reabilitação por volta do segundo semestre de 2011. A pretensão é de que até 2013 tenha início a comercialização em larga escala.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Pesquisadores começam testes com células-tronco em pacientes paraplégicos

Pesquisa desenvolvida em hospital de Salvador em parceria com a Fiocruz pretende trazer melhora de alguns movimentos para pacientes que passarão por cirurgia.

Pesquisadores do Centro de Terapias Celulares do Hospital São Rafael, na Bahia, parceria com a Fiocruz, vão começar, este mês, os primeiros testes com células-tronco em pacientes paraplégicos.


A pesquisa é desenvolvida em um hospital de Salvador, onde está um dos mais modernos centros de terapia celular da América Latina.

Cães e gatos com paralisia nas patas traseiras receberam injeções de células-tronco mesenquimais, que têm grande capacidade de se transformar em vários tipos de tecido. Todos tiveram melhora na musculatura que controla o fluxo de fezes e urina e mais da metade recuperou a sensibilidade e a força nas patas afetadas.

Agora, os cientistas da fundação Osvaldo Cruz começam a realizar o mesmo tratamento em 20 pessoas com paralisia. As células-tronco mesenquimais são retiradas do osso do quadril do próprio paciente, separadas e enriquecidas numa solução de hormônios e vitaminas.

Na incubadora, em condições especiais de temperatura e umidade, as células-tronco mesenquimais se multiplicam. Elas são mantidas por até um mês. É este processo que oferece aos cientistas a quantidade de células-tronco que eles necessitam para a pesquisa.

Para este primeiro estudo, os cientistas selecionaram apenas pessoas que tiveram a medula rompida na região do tórax. Elas serão submetidos a uma cirurgia semelhante às realizadas nos animais.
“Injetando diretamente na medula, no ponto onde você quer, no seu alvo, você tem uma maior concentração de células, que é o nosso diferencial em relação a outros estudos", disse o neurocirurgião Marcus Vinícius Mendonça.

A primeira cirurgia deve ser realizada ainda este mês. Depois de operados, os pacientes vão fazer fisioterapia durante seis meses para e serão acompanhados pela equipe nos próximos dois anos. Os cientistas estão animados, mas cautelosos: "Ninguém tem expectativa que um paciente que vai ser tratado com células-tronco e vai sair daqui correndo. Se eles tiverem melhora de alguns movimentos, isso já traz um benefício na qualidade de vida muito grande", falou o pesquisador da Fiocruz Ricardo Ribeiro.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Morador importa método de reabilitação

Centro de recuperação traz esperança para que vítimas de lesão medular voltem a andar

Érison Martins


Duas tragédias semelhantes uniram Fernanda Fontenele, de 23 anos, e Felipe Costa, 22. Ambos sofreram acidente de carro e tiveram lesão na medula espinhal – órgão responsável pela comunicação entre o cérebro e os membros – e tiveram que aprender a viver sobre cadeiras de rodas. Porém, os dois lutaram para reverter a situação e voltar a ter uma vida independente. Foi então que a história deles começou a se encontrar.

Felipe, morador de Alphaville, buscou inúmeros tratamentos para recuperar os movimentos das pernas. Chegou a passar quatro meses em Detroit, mas foi na Califórnia, também nos Estados Unidos, que ele descobriu o método que, segundo ele, mais lhe trouxe resultados.

O Método Dardzinski, desenvolvido no instituto Project Walk, foi criado há cerca de dez anos, com o objetivo de fazer com que pacientes com lesão medular possam voltar a andar. “É muito motivador, acima de tudo. Eles buscam o nosso limite, com sessões de exercícios intensivos e repetitivos durante três horas por dia”, avalia Felipe, que ficou um ano nos Estados Unidos e conseguiu recuperar parte dos movimentos e da sensibilidade das pernas.

Nesse mesmo período, ele conheceu Fernanda pela internet. Ela, moradora de Brasília, embarcou para a Califórnia após realizar uma campanha com a ajuda de amigos para arrecadar dinheiro e conseguir fazer o tratamento no mesmo local, onde se conheceram pessoalmente e começaram a namorar.

Fernanda participou do Project Walk por nove meses, e também garante que colheu resultados significativos. “Quando eu fui para os EUA, já tinha recuperado os movimentos dos braços, mas o equilíbrio de tronco, que é essencial, eu não tinha. Também não movimentava as pernas. Lá eu recuperei bastante coisa. Já consigo ficar em pé e o equilíbrio está muito melhor”, relembra.

Com o progresso que puderam sentir durante o tratamento, Felipe e Fernanda tiveram a ideia de criar o Acreditando, uma franquia do Project Walk para trazer o método ao Brasil, a fim de aprimorarem a si mesmos e também oferecer o tratamento àqueles que não podem bancar as despesas de uma viagem ao exterior. “Nós sabemos que se tivéssemos ficado mais tempo lá, com certeza voltaríamos a andar”, explica Fernanda. “Não ficamos mais porque o tratamento é muito caro”, completa.

A clínica vai funcionar no bairro do Butantã, em São Paulo, a partir de novembro. Uma equipe de profissionais irá para os Estados Unidos participar de um treinamento para poder abrir a franquia do Project Walk no Brasil. Eles calculam que o custo de uma hora de sessão deva reduzir dos atuais US$ 100 – cobrados no exterior – para cerca de R$100 no novo centro. Como o tratamento prevê três horas diárias, cinco vezes por semana, o investimento cairá de R$ 11 mil para aproximadamente R$ 6 mil por mês. “Sem contar que se a pessoa morar em São Paulo, não terá despesas com hospedagem, alimentação, passagem etc”, lembra Felipe.

Porém, ele alerta que o atendimento prestado no Project Walk corresponde a apenas 50% do resultado que o paciente pode atingir. “Vamos oferecer os profissionais qualificados, equipamentos e toda a estrutura necessária, mas isso não vale nada se a pessoa chegar lá e não der o máximo de si”, explica. “Antes de tudo, é preciso acreditar.”

Tanto Felipe quanto Fernanda se mostram entusiasmados com o empreendimento que estão iniciando. E garantem que a procura já é grande. “Fizemos divulgação em diversas redes sociais e muita gente está entrando em contato”, conta Fernanda. “Nós mesmos seremos nossos primeiros pacientes”, brinca Felipe.

Mãe funda ONG para oferecer ajuda

A psicóloga Juliana Costa, 47, sentiu na pele a angústia de uma família que tem um de seus membros envolvido em uma tragédia que o faça perder os movimentos. Mãe de Felipe, foi ela quem o acompanhou em boa parte do tempo em que ele ficou nos Estados Unidos.

Agora, com a implantação do Project Walk no Brasil, ela está fundando a ONG Novo Andar para levar esperança de voltar a andar às pessoas que sofreram lesão medular. “Mesmo pelo valor que será cobrado aqui, mais barato que no exterior, tem muita gente que quer fazer o tratamento, mas não tem dinheiro”, avalia.

Juliana, que atualmente trabalha em uma empresa de informática, pretende organizar eventos para arrecadar fundos e financiar o atendimento dessas pessoas. “Vou deixar minha carreira para me dedicar a isso”, garante.